Belchior – histórica entrevista ao
Pasquim!
Por Arlindenor Pedro
Conhecemos como “anos de chumbo” o período de maio terror dos anos da da Ditadura Militar que governou o Brasil por
mais de duas décadas. Foram anos que se sucederam após edição do AI 5 e que
só terminou com o processo de “distensão lenta, gradual e
segura” estabelecido pelo Governo Gaisel.Foi nele que a repressão aos
movimentos insurgentes e a oposição ao Regime
se estendeu se tornou mais cruel
e presente . Foi também o período em que a censura aos órgãos da imprensa foi
mais dura e abrangente.
Pois, é neste período que o tabloide Pasquim jogou seu mais
importante papel : por sua coragem e irreverência, tornou -se em uma válvula de
escape, um respiradouro de liberdade , para quem se contrapunha aos militares .
E foi a partir daí que em suas páginas
foram feitas entrevistas memoráveis
. Entrevistas que marcaram época.
Quando soube da notícia da morte do cantor Belchior e
começaram a aparecer inúmeras notícias sobre ele e análises às mais
desencontradas sobre sua
personalidade, imediatamente me
lembrei de sua entrevista no Pasquim que tinha lido no período em que a
ditadura estava mais branda, em 1982,
com a eleição do Brizola no Rio de Janeiro, e o governo Figueiredo. As diretas
já estavam a caminho. Neste momento, tanto Belchior quanto o Pasquim
desfrutavam de enorme prestígio.
Para mim Belchior representa um tipo de artista que em
determinado momento recusou-se a ser esmagado
pela máquina de triturar pessoas do mundo do espetáculo. E talvez (nunca
sabermos totalmente sobre isto) tenha sido este o motivo principal para a sua deserção do mundo espetáculo , abdicando da carreira e
passando a viver num autoexílio, longe das
luzes, do palco e das cobranças dos empresários e das gravadoras.
É verdade que neste momento, quando do seu “desaparecimento” seus discos já não vendiam tanto como
anteriormente e os convites para shows tinham
se tornado mais escassos. Mas, está claro, também, que com está atitude ele tomou seu destino
nas mãos, resolvendo ele mesmo traçar o
seu caminho. E isto fez dele um verdadeiro ícone, reverenciado por uns e
cobiçados por outros que almejavam uma entrevista exclusiva.
Onde está Belchior? Era a pergunta freguente. E quando surge
a notícia da sua morte está dada a senha para a produção de inúmeros programas na TV, entrevistas de
especialistas sobre ele, e um verdadeiro
frisson na redes sociais. Como diria Debord: a sociedade do espetáculo
transforma tudo em mercadoria!
Saudoso deste cantor procurei então achar esta entrevista
dada ao Pasquim, revirando a web e pedindo ajuda a amigos e amigas que
trabalham com pesquisas e arquivos. E vi então que não se tratava de uma tarefa
facil pois este tabloide hoje só está acessível para colecionadores, e alguns de seus números transformaram-se em
raridade, embora tão pouco tempo tenha
decorrido da sua última edição. Coisas
do Brasil!
Fui salvo pelo Marcio de Aquino a quem pedi ajuda, dizendo a ele que o meu blogue não tinha
caráter comercial; no que fui
prontamente atendido, pois ele
me mandou a cópia da entrevista me
autorizando a publicá-la.
Marcio é uma espécie de “anjo da guarda” da web pois possui um blogue na rede cujo o
objetivo, segundo ele, ” é divulgar entrevistas e matérias antigas, como fonte
de pesquisa e leitura”. Certamente, infelizmente, um ser em extinção , pois a web rapidamente
está perdendo este caráter libertário, se transformando num espaço competitivo
e comercial, a exemplo do mundo real. Publicamente agradeço a ele!
Bem, mas vamos a entrevista, que vocês verão é muito interessante.
PARA LER A ENTREVISTA COMPLETA, ACESSE ESSE LINK: https://arlindenor.com/2017/05/26/belchior/
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