quarta-feira, 21 de agosto de 2019

SAIU NO DIÁRIO




Cordelteca da Unifor é inaugurada 

com catalogação inédita no País



Espaço é a primeira cordelteca em uma instituição de ensino superior em Fortaleza

FOTO: ARES SOARES


O equipamento será oficialmente aberto nesta terça-feira (20) e confere aos folhetos a mesma importância de outras obras da literatura - VERSO | DN


Reconhecida, no ano passado, como patrimônio imaterial do Brasil, a literatura de cordel recebe um espaço exclusivo na Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza (Unifor) para armazenamento e catalogação de títulos desse gênero. A instituição de ensino é a primeira a inaugurar uma Cordelteca na Capital. O lançamento do espaço ocorre na manhã desta terça-feira (20), no auditório da biblioteca da Universidade.

O evento integra a programação especial da Unifor para a Bienal Internacional do Livro do Ceará, que ocorre entre os dias 16 e 25 de agosto no Centro de Eventos. A Cordelteca Unifor recebe o nome da poeta Maria das Neves Baptista Pimentel, a primeira mulher a publicar no Brasil um folheto do gênero, em 1938.

O espaço também é o primeiro do País a catalogar os títulos com a mesma deferência de qualquer outra obra literária, preservando informações básicas como autor, assunto e ano de publicação.

Conforme a coordenadora da Cordelteca, Paola Tôrres, a proposta foi armazenar de forma organizada os importantes títulos do cordel brasileiro. "O cordel é um folheto de feira que, dentro de uma Cordelteca dessa natureza, ascende e passa a ser um livro. Ele é cadastrado com a normatização internacional, passa a ser reconhecido e, consequentemente, pesquisado", explica a médica e professora, que também pesquisa e escreve cordéis.


Biblioteca adaptou a catalogação dos livros para os folhetos de cordel
FOTO: ARES SOARES

Para isso, a equipe da Unifor adaptou o sistema de catalogação de livros para os folhetos de cordel, conferindo ao gênero um armazenamento profissional, diferentemente de espaços em que os títulos são expostos em tradicionais cordões.

"Muitas vezes, a literatura de cordel é relegada a espaços assim. Quando ela se insere dentro de uma catalogação de uma biblioteca, por exemplo, isso valoriza a obra. A gente consegue dar mais visibilidade para os autores", considera a gerente da Biblioteca da Unifor, Leonilha Lessa, que coordenou todo o projeto de catalogação. O trabalho, que durou cerca de um mês, contou com dois bibliotecários e três auxiliares.

INTERAÇÃO
Localizada no espaço onde funciona a coleção Rachel de Queiroz, a Cordelteca será inaugurada com 1,2 mil títulos. O interesse da coordenação é de que o espaço, além de servir para consultas, possa estreitar laços entre o gênero e as diversas áreas do conhecimento.

Uma das atividades programadas será a Quinta do Cordel. Prevista para acontecer na primeira quinta-feira de cada mês, ela consiste em reunir cordelistas e pesquisadores dos departamentos da Universidade para dialogar sobre um tema específico a partir de um folheto. "A gente vai fazer essa interlocução. O cordel é algo que aproxima, todo mundo entende. A partir de um folheto, as pessoas entendem o que um médico, um advogado ou um arquiteto quer dizer", considera Paola Tôrres.



Os folhetos ficam armazenados em caixas, com a identificação bibliográfica inserida em espécies de marca-páginas
FOTO: JOSÉ LEOMAR

O vice-reitor de extensão e comunidade universitária, Randal Martins Pompeu, entende a Cordelteca como um estímulo à pesquisa. "Temos como o principal objetivo contribuir para esse resgate da literatura de cordel, que é muito ligada à cultura nordestina, e também usá-la como recurso pedagógico", afirma.

A iniciativa foi comemorada por pesquisadores e guardiões do gênero literário. O escritor e compositor Bráulio Tavares, autor de vários títulos de literatura de cordel e um dos convidados confirmados na inauguração, enfatizou a importância de entender os folhetos como uma obra literária.

"O cordel tem que ser tratado como livro. Se um romance chega a uma biblioteca, ele logo ganha um número, é devidamente armazenado e preservado. O cordel também merece esse cuidado", pontua.

O presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Gonçalo Ferreira da Silva, concorda. "Essa contato das pessoas com o cordel desperta a curiosidade de estudantes, por exemplo, e isso ajuda a preservar o gênero. Essa é a importância", considera Randal.

1,2 mil títulos de cordel foram catalogados e estão disponíveis para o público

HOMENAGEADA
A paraibana Maria das Neves Baptista Pimentel (1913 - 1994), autora do folheto "O violino do diabo ou o valor da honestidade" (1938), dá o nome à Cordelteca Unifor. Vinda de uma família de poetas, ela resolveu apostar na escrita dos folhetos para sustentar os filhos depois da morte do marido.

Para se afastar do preconceito de gênero, no lugar da própria identidade, inventou um pseudônimo que misturava o nome do marido falecido e o Estado onde ele tinha nascido. Assinou como "Altino Alagoano".

Com a ousadia, ela se tornou a primeira mulher a escrever um folheto de cordel. "Toda a família está muito feliz com a homenagem porque é um reconhecimento", diz Alzinete Alencar Pimentel, filha caçula da poeta.

SERVIÇO

Lançamento da Cordelteca Unifor
Nesta terça-feira (20), às 9h, no Auditório da Biblioteca Central da Unifor (Av. Washington Soares, 1321 - Edson Queiroz). Visitação: De segunda a sexta-feira, das 7h às 21h55. Aos sábados, das 7h30 às 16h25. Informações: (85) 3477.3000

Fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/verso/cordelteca-da-unifor-e-inaugurada-com-catalogacao-inedita-no-pais-1.2137662


sexta-feira, 2 de agosto de 2019

30 ANOS SEM LUIZ



Para Fausto Nilo, Gonzaga integra o panteão da música feita no Nordeste junto ao paraibano Jackson do Pandeiro e à cantora pernambucana Marinês

FOTO: NAH JEREISSATI


Fausto Nilo é autor da última música gravada em estúdio por Luiz Gonzaga

Por Diego Barbosa

O disco "Veredas Nordestinas", de Dominguinhos, lançado em 1989, traz a última gravação em estúdio feita por Luiz Gonzaga com autoria do cearense Fausto Nilo


Está em "Veredas Nordestinas", disco de Dominguinhos, lançado em 1989, a última gravação em estúdio realizada por Luiz Gonzaga. A constatação é de pesquisa realizada por Paulo Vanderley, estudioso do Rei do Baião. "O Juazeiro e a sombra", ao trazer à superfície descrições sobre as cores do sol, o caminhar por estradas e a resistência, traduz a paisagem sertaneja em cada verso e foi gestada exatamente para bradar as minúcias do ambiente.

Em entrevista ao Verso, o músico e arquiteto cearense Fausto Nilo, compositor da canção, conta que o título nasceu a partir do nome de uma das fazendas de Quixeramobim, município onde nasceu. "Ela se chamava 'Juazeiro da sombra'. Mas, não sei por que, quando estava escrevendo a letra, coloquei na cabeça que ficaria 'O Juazeiro e a sombra'", afirma.

O próprio Dominguinhos havia pedido a Fausto Nilo que escrevesse a música para cantar junto com Gonzaga. "E o Luiz compreendeu o espírito, o que me deixou muito feliz. Dominguinhos me contou que ele se emocionou muito durante o processo. A gravação ficou realmente bastante linda", observa.

Não foi a primeira vez que Nilo teve canção gravada pelo Rei do Baião. Antes, "Depois da derradeira", em 1981, uma música de São João, marcava a parceria entre o trio Fausto, Gonzaga e Dominguinhos. "Isso foi antes de ele ficar doente, o que coloca 'O Juazeiro e a sombra' realmente como a última que ele gravou em estúdio".

Memórias

Ao evocar a lembrança, o músico e arquiteto se demora em emoções. Situa que tudo é de grande importância para ele porque remete diretamente às primeiras memórias carregadas a tiracolo de quando criança, ao escutar Gonzagão na vitrola e já apreciar sua desenvoltura.

"Para mim, foi o máximo ter uma letra interpretada por ele. Imagine uma criança que ouve uma pessoa com uma admiração profunda e, um dia, essa pessoa dá vida ao que você criou. Talvez uma das coisas mais importantes da minha carreira de autor tenha sido ser gravado pelo Gonzaga duas vezes".

Ainda enquanto menino, Fausto recorda da passagem de Luiz por Quixeramobim. À época, havia passado toda a tarde na casa em que ele estava hospedado, olhando, de longe, a magia que emanava do homem. "Eram uns três ou quatro músicos reunidos; eles ali numa sala e eu só olhando. Nunca imaginava que, um dia, a voz dele ia soar numa letra minha".

Quanto à influência que Gonzaga deixou para o Ceará - mesmo sendo ele natural de Exu, em Pernambuco - Fausto comenta que é uma herança incontornável, mencionando que a juventude do artista foi em Fortaleza, onde fez muitos amigos e conseguiu desenvolver estreito contato com a cidade.

"Recordo de ele chegando no povão, e não na elite. Quando criança, tinha uma visão de que a classe média, os mais ricos, não escutavam sua música. Pessoas mais comuns, não, sempre o escutaram. Depois do Tropicalismo, quando nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil valorizaram sua imagem, é que ele ganhou audiência também no meio intelectualizado. Mas é importante considerar que Luiz Gonzaga foi um artista do povo, de muita popularidade".

O Juazeiro e a sombra 
(Dominguinhos e Fausto Nilo)

As cores do sol, constelações do chapéu
O Juazeiro e a sombra, e a saudade quase no céu
As flores de Liz, anotações sem papel
Os versos que fiz, só por gostar de você.

Eu peço à luz do sertão, pra brilhar,
Sobre as promessas do seu Ceará,
Eu faço você feliz, ao contrário da vida que morre no chão,
Só tenho o meu coração, pra cantar
E sentimentos pra rir ou chorar
Mas eu não posso mentir pra você,
Que o remédio é cantar.

Pra que caminhar,
Se agora estamos aqui,
No meio da estrada,
Que o destino escolheu.

São as cores do sol,
constelações do chapéu
O Juazeiro e a sombra,
tudo isso sou eu.

Pra que caminhar,
Se agora estamos aqui,
No meio da estrada,
Que o destino escolheu.

São as cores do sol,
Constelações do chapéu
O Juazeiro e a sombra
Tudo isso sou eu

*Agradecimento especial ao pesquisador Paulo Vanderley, que prestou consultoria para a realização desta série de reportagens sobre os 30 anos de saudade de Luiz Gonzaga

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

LÉGUA TIRANA


Cearense de Caucaia interpreta Luiz Gonzaga 

no filme "Légua Tirana"; Chambinho também participa


Por João Lima Neto | Diário do Nordeste

Após três décadas da morte de Luiz Gonzaga, um filme gravado em Exu (PE), com participação de cearenses, revela as primeiras descobertas sonoras do artista. O longa tem previsão de lançamento no 1º semestre de 2020


Sanfoneiros fazem diferentes fases de Luiz Gonzaga em nova produção
Foto: Isanelle Nascimento

Sob o forte sol na cabeça e com os pés no solo arenoso de Exu, em Pernambuco, foi gravada uma nova produção sobre Luiz Gonzaga do Nascimento — o Rei do Baião. Com participação de cearenses, a ficção remonta a infância do sanfoneiro. O dono de um sorriso marcante do município de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, é o principal personagem de “Légua Tirana”, assinada pelos diretores Marcos Carvalho e Diogo Fontes. O pequeno cantor e sanfoneiro Kayro Oliveira, 12 anos, dá vida à principal fase de descobertas de Gonzagão. Quem também participa do longa é o sanfoneiro e ator Chambinho do Acordeon, nome que ganhou o cinema nacional em “Gonzaga: de Pai pra Filho”.

De uma comunidade indígena, Kayro Oliveira foi apresentado ao Brasil no programa The Voice Kids em 2018. O trabalho do pequeno prodígio chegou em 2019, por meio da TV Globo, nas mãos dos diretores de “Légua Tirana”. Na avaliação de Marcos Carvalho, Kayro é tão bom ator quanto sanfoneiro. “Ele foi uma dádiva. Um presente que ganhamos. Houve um processo seletivo. Tivemos parceria com emissoras de TVs que ajudaram nesse processo. Sentimos que ele poderia ser nosso Rei do Baião quando criança. Fizemos alguns testes e não ficamos com nenhuma dúvida. Tinha de ser ele. Luiz Gonzaga habita essa criança. Ele conhece muito bem até os trejeitos”.

Sem timidez, Kayro contou ao Verso o sentimento de gravar o primeiro filme. “Eu era o único menino mais parecido com o seu Luiz Gonzaga, além de tocar sanfona e ser nordestino. Temos umas qualidades parecidas que eles disseram. Eu não sei o que é”, fala com um sorriso no rosto. O cearense conta que passou dois meses em Exu. As semanas foram divididas entre as gravações e as atividades escolares.


Kayro Oliveira, foto: Diário do Nordeste

Uma das cenas mais complexas na visão de Kayro foi a de uma surra que Gonzagão levou na infância, na qual o pequeno ator teve que fingir sentir dor. “A cena da ‘pisa’ foi a mais difícil. Vai muito do ator de se expressar. Eu tinha que fazer careta”, relembra.

Experiência

Já mais acostumado com as câmeras, Chambinho do Acordeon, residente de Fortaleza, conta que Kayro ligou logo após receber a informação que participaria da produção cinematográfica. “Ele me ligou todo alegre e disse: ‘Chambinho! O que diabo é esse negócio de laboratório de ator?’ Quando eu cheguei no dia da filmagem, ele já estava falando o nome dos equipamentos, já estava todo por dentro”, lembra o sanfoneiro.
Para o novo filme, Chambinho revela que o sentimento na atuação foi diferente da primeira produção. “Passado quase sete anos, a figura de Luiz Gonzaga tem um peso. Principalmente para os sanfoneiros. Eu sempre penso na quantidade de pais de família que empregam funcionários, alimentam seu filho por meio do forró. Quando vem Luiz na cabeça me vem o forró. Agora, são macetes ensinados de Januário para Luiz Gonzaga. São cenas na roça e também indo para feiras tocar”, diz o músico.
Apesar do nascimento de mais uma produção sobre Luiz Gonzaga, Chambinho do Acordeon afirma que as empresas poderiam investir mais, além do poder público. “É a nossa essência e DNA em termos de cultura. Cada vez mais, o cinema cresce. Nossa sétima arte está em evidência. Sinto preocupação com a falta de investimentos. As empresas poderiam entrar um pouquinho mais com apoio”, reforça o músico.
Ele ainda comenta sobre a receptividade internacional da história de Gonzagão nas telonas: “em Moscou, por exemplo, fui para uma premiação com quatro brasileiros. A gente viu russo chorando com o nosso primeiro filme de Luiz Gonzaga. Esse novo já era pra ter lançado. Espero que o governo olhe para o cinema com mais carinho. Temos uma cadeia produtiva gigantesca. São hotéis com hospedagem, carros alugados, figurinos, uma logística grande. Só tenho a dizer viva Luiz Gonzaga e viva o cinema nacional”.

Desafios

Para que tudo saísse do papel, o diretor Marcos Carvalho teve o projeto do filme aprovado no VIII Edital de Fomento ao Audiovisual do Estado de Pernambuco. “Légua Tirana” contratou diretamente 108 profissionais, entre atores, técnicos e mão de obra local. O Ceará teve participação representativa além do elenco.
Jovens egressos do Sistema Socioeducativo cearense, de cidades como Sobral e Juazeiro do Norte, atuaram na produção. “Em 2017, nós estivemos no Estado, por meio de uma parceria com a direção do Sistema Socioeducativo. Levamos as oficinas do projeto ‘Cinema no Interior’. O filme é uma etapa profissionalizante desse nosso projeto”. Para ambientar a infância de Luiz Gonzaga, diversos espaços da cidade estiveram no roteiro. O património arquitetõnico da cidade de Exu chegou a ser recuperado nas gravações. “Januário chega em 1909, em Araripe. Luiz Gonzaga nasce em 1912. Ele sai do Araripe em meados de 1930 e retorna em 1946. O filme se passa em 1922, aos 10 anos de Luiz, e vai até 1930, quando chega aos 18 anos. Nós precisávamos que o cenário estivesse condizente com aquele período histórico. Fachadas foram recuperadas. É linda a paisagem”, comenta o diretor.
A produção ainda reformou a Vila de Tabocas, um vilarejo na cidade de Exu. “Simboliza aquela terra no início do Século XX. Foi feito restauração das casas da via principal e da zona rural. Foi um retorno do filme para o povo de Pernambuco”.
Marcos Carvalho aponta como peça-chave da ficção, a própria Chapada do Araripe. “Temos sempre locações voltadas para a chapada. Da casa da caiçara, onde Luiz nasce, até a casa da pamonha, do padrinho de Luiz Gonzaga. O paredão abraça a cidade e também simboliza uma prisão para ele. Como a própria mãe, em querer que ele não saia da cidade. A região de Exu possui casas históricas se centenárias. A zona rural é riquíssima. Basta lembrar de nomes como Bárbara de Alencar. Existe a casinha dela que virou museu. Muitos casarões foram usados”.
As gravações da produção cinematográfica foram finalizadas. Os diretores aguardam um novo edital público para iniciar o processo de finalização e edição, com previsão de ser lançado ainda neste mês. De forma otimista, o filme deve ficar pronto no fim deste ano. A meta é lança-ló no primeiro semestre de 2020.
“Nós concluimos as filmagens e agora estamos no processo para fazer a finalização. Estamos aguardando se resolver o atual cenário para iniciar essa etapa de edição. Acreditamos muito na obra e da importância de se ter esse filme em memória e homenagem a um do maiores ícones da música e da cultura nordestina. Tivemos a grata satisfação da família endossando o projeto. Tudo se projeta para colhermos bons frutos com a veiculação dessa produção”, afirma Marcos Carvalho.
Além de concorrer a premiações internacionais, Marcos Carvalho avalia que o trabalho visa fomentar a formação de novos atores. “Só de criança foram mais de 900 testes para compor esse elenco do filme. Nossa intenção é fortalecer o acervo da cultura gonzaguiana”. O diretor pensa em lançar a produção nas principais capitais do Nordeste. Em Fortaleza, ele projeta uma futura exibição no Cineteatro São Luiz.


CARIRI CANGAÇO

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